14 de Março de 2025

Ginecologia e Obstetrícia

Características da endometriose de retossigmoide.

Estudo descritivo sobre o tamanho e a distância à borda anal das lesões de endometriose do retossigmoide. Após correlação destes dados com o tipo de técnica cirúrgica empregada (discoide x retossigmoidectomia), conclui-se que as lesões localizam-se comumente no reto (<17cm da borda anal), medem menos que 3 cm, e podem ser removidas por técnicas alternativas à retossigmoidectomia. Veja resumo abaixo:

CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS DA ENDOMETRIOSE DO RETOSSIGMOIDE E SUAS CORRELAÇÕES COM A TÉCNICA CIRÚRGICA NECESSÁRIA PARA RESSECÇÃO.

Objetivos: descrever as características anatômicas das lesões de endometriose do retossigmoide (EDTRsg), incluindo (a) tamanho, (b) topografia e distâncias da lesão (distEDT), e (c) da anastomose cólica (distANAST) em relação à borda anal (BA), correlacionando o tipo de técnica cirúrgica empregada com o tamanho e localização da lesão.

Método: estudo clínico prospectivo, coorte não randomizada.

Resultados: sessenta e sete pacientes consecutivas com endometriose profunda (EP) foram submetidas à laparoscopia. Vinte pacientes, 32,5 ± 5,5 anos de idade (média ± desvio padrão), com 26 lesões de EDTRsg removidas cirurgicamente foram incluídas no estud. O tamanho (em cm) das lesões foi medido diretamente no espécime da ressecção. A distEDT e a distANAST em relação à BA foram medidas direta e/ou indiretamente por via transanal ou no espécime da ressecção (Figuras 1 e 2). Todos os procedimentos foram realizados pela mesma equipe cirúrgica.
As lesões de EDTRsg mediram 2,3 ± 1,7 cm (variação, 0,2 – 7) e a distEDT à BA foi de 15,7 +/- 4,6 cm (variação, 10 – 27). A distANAST à BA foi de 12,6 ± 2,9 cm. Zero (0), cinco (19,2%), treze (50%), e oito (30,8%) lesões estavam em reto baixo (RB, < 6 cm da BA), reto médio (RM, entre 6 e 11 cm da BA), reto alto (RA, entre 12 e 17 cm da BA), e sigmoide (SG, >17 cm da BA), respectivamente. Dezoito lesões de reto (RM e RA) mediram 1,8 ± 1,4 cm (variação, 0,2 – 5) e oito de SG mediram 3,4 ± 1,9 cm (variação, 1,5 – 7). Apenas 2/18 (11,1%) lesões de RM e RA mediram > 3 cm, e necessitaram de retossigmoidectomia. Demais (88,9%) lesões de RM e RA foram removidas por ressecção discoide com ou sem grampeador circular endoscópico. Apenas 3/22 (13,7%) das lesões < 3 cm necessitaram de retossigmoidectomia, incluindo duas pacientes que tinham uma lesão de EDTRsg adicional, e uma paciente com EDTRsg situada à 18 cm da BA.

Conclusão: as lesões de EDTRsg estão mais comumente localizadas no RA, medem < 3 cm, e podem ser ressecadas por técnicas alternativas à retossigmoidectomia.

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